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13.08.2020

Amamentação: ato valioso que é base da vida!

Amamentação: ato valioso que é base da vida! - Blog Danny Cosméticos

por Mariana Requena

“É um verdadeiro remédio!”. É assim que Ana Carolina Calixto e Bruna Gomes, ambas mães, definem o leite materno, baseadas nas experiências com seus filhos. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), esse é o melhor alimento para os recém-nascidos, por meio do qual o bebê recebe todos os anticorpos necessários para protegê-lo das principais doenças habituais à primeira infância. Prova disso são os dados compartilhados pelo Ministério da Saúde, que apontam a amamentação como grande contribuinte para a redução de até 13% na mortalidade infantil antes dos cinco anos de idade.

Com o objetivo de incentivar e conscientizar a população sobre a importância do aleitamento materno como alimentação exclusiva até os seis meses, o Congresso Nacional instituiu, desde 2017, um mês especial, totalmente dedicado ao tema: o Agosto Dourado. O nome faz alusão ao padrão de qualidade do leite materno, um alimento de ouro para as crianças.

A ginecologista e obstetra Ana Carolina Gandolpho explica que o leite da mãe é a substância mais equilibrada para a alimentação da criança porque, além de todos os componentes benéficos, ainda adapta-se a cada fase e necessidade do bebê. “O leite é diferente em vários períodos da vida do bebê. É diferente no início e no final da mamada, por exemplo, até mesmo em sua coloração. Ele também muda se a criança está doente, com febre…”, destaca. “Ou seja, muito mais do que um alimento, o leite materno é todo um tratamento que a criança precisa”.

A obstetra Ana Carolina Gandolpho afirma que o leite materno é o alimento mais equilibrado para o bebê em todas as suas fases. (Foto: Arquivo Pessoal)

Além de todos esses benefícios, Ana Carolina Calixto, 25, destaca o laço emocional criado com sua filha, Manuella, por meio do aleitamento. Mãe de ‘primeira viagem’, ela não planejava uma gravidez no momento, e foi pega pelo susto da notícia, com um nascimento em meio à pandemia do coronavírus. “Não foi nada planejado e eu seria a última pessoa que meus amigos imaginariam como mãe. Minha ficha só ‘caiu’ de verdade quando a Manu nasceu e vi o rostinho dela”, conta entre risos. “Depois de meses e de todo o aprendizado pelo qual passei, acredito muito no vínculo que criei com a minha filha pela amamentação. Por vezes, mesmo que ela não esteja com fome, mas sim assustada ou apenas com saudades, é só eu a colocar no peito para que a Manuella se acalme na hora”.

Ana Carolina acredita que a amamentação ajudou na criação do vínculo emocional entre ela e a filha. (Foto: Arquivo Pessoal)

Apesar do relato bonito e significativo, nem tudo foram flores para a mãe da pequena Manu. Nos primeiros quinze dias, essenciais para a adaptação do bebê ao seio da mãe, Ana Carolina pensou em abandonar a amamentação, pois sofria com rachaduras nos mamilos, as quais causavam muita dor, e ainda se acostumava à recuperação do parto. “Foi a minha mãe que me incentivou a não desistir. Hoje, tenho certeza que valeu muito a pena ter insistido, amo fazer isso. Pretendo continuar amamentando enquanto for possível. É incrível poder acalmar a minha filha em meu colo!”, declara.

Para Bruna Gomes, 30, mãe de Hugo, a história com o aleitamento termina um pouco diferente, mas igualmente valiosa. Fisioterapeuta especializada em recuperação pós-parto e grande defensora da amamentação em suas redes sociais, Bruna entrou em um conflito interno quando teve que optar pela fórmula, ao invés do leite materno, pois seu bebê, nascido prematuro, foi diagnosticado com apneia da prematuridade, condição que o impedia de se alimentar no peito de forma satisfatória, ficando cansado facilmente da sucção e, consequentemente, não ganhando o peso esperado para sua idade.

“Eu passei meses tentando fazer o Hugo se adaptar à amamentação e tentei diversas formas para tornar isso mais fácil para ele. Como meu filho não conseguia se alimentar direito, ele acordava várias vezes durante a madrugada, e o cansaço pelas noites mal dormidas, somado a dias inteiros me doando pelo bebê, geraram um enorme estresse, ao ponto de chegar à depressão pós-parto”, relembra Bruna. “Eu me julgava, porque queria ser um exemplo para as pacientes que atendia. Não conseguir amamentar me fez muito mal”.

Foi com muita reflexão que a mãe se deu conta de que o melhor para Hugo seria tê-la feliz, bem, e inteira para ele, muito além de amamentá-lo no peito. Bruna compreendeu que o laço entre mãe e filho é construído cotidianamente, na doação diária, e que muito do que ouvia e tinha em mente sobre o aleitamento não condizia com a realidade. “A saúde mental vem antes de qualquer coisa e está tudo bem se você não conseguir aleitar até os seis meses. Cada amamentação e cada história são únicas”, completa.

A obstetra Ana Carolina Gandolpho entende bem esse tipo de frustração, da qual algumas de suas pacientes não escapam. A culpa pode ser um de seus reflexos, mas ela alerta que isso precisa ser trabalhado com a mãe, e que não há motivos para se inferiorizar ou comparar-se a outras mulheres. “O leite é uma fração do relacionamento entre você e seu filho. Continue dando a ele todo o amor que você pode, mesmo que não seja por meio da amamentação”, aconselha a médica. “Existe a famosa frase: ‘nasce uma mãe, nasce uma culpa’, e precisamos começar a mudar isso. Não dá para ser perfeita, você será a mãe que o seu filho precisa ter”.

Bruna amamentou o filho, Hugo, enquanto foi possível. (Foto: Arquivo Pessoal)

Maternidade com amor – e humor!

Motivadas pelo desejo de difundir informações sobre a maternidade, além de formar uma rede de apoio para mães, as amigas Camila Irias, 32, e Natalli Pozzo, 31, fundaram em 2017 o perfil Maternas Influencer (@maternas.influencer), que conta com mais de 290 mil seguidores no Instagram. Com linguagem leve, bem humorada e próxima de seu público, as administradoras do perfil se dedicam a desmistificar a perfeição da maternidade, inclusive da amamentação. Sobre esse assunto, em especial, as duas têm experiências muito diferentes.

Enquanto Natalli, mãe de três crianças, amamentou dois deles em abundância – um dos filhos até os dois anos e meio de idade, em livre demanda -, Camila viveu o outro ‘lado da moeda’. Com duas gestações de risco e nascimentos prematuros, o estresse gerado com as preocupações da gravidez e a necessidade de nutrientes não permitiram que a mãe produzisse leite. “Fiz até curso para amamentar, tudo o que você possa imaginar, sempre sonhei com isso. Foram gestações muito complicadas, sem a possibilidade de aleitamento materno, mas tentei compensar de outras formas, principalmente com o carinho”, conta, emocionada. “Até hoje a culpa insiste em bater, mas, apesar disso, construí um elo muito forte com meus filhos. Posso também usar essa experiência para ajudar e fortalecer outras mães que, como eu, enfrentam dificuldades para amamentar”.

Por meio do perfil no Instagram e também de um grupo no Facebook, as duas mamães se tornaram espécies de conselheiras e terapeutas para outras mulheres, que as procuram e confiam em suas vivências para tirar dúvidas e pedir orientações. Ambas garantem que, apesar de serem elas quem prestam o auxílio, também aprendem muito com as outras mães e são beneficiadas com o prazer de contribuir para o desenvolvimento de maternidades mais felizes, com menos pressões e livres da busca pela perfeição. “Valorizamos e damos visibilidade para a maternidade real, que às vezes é uma loucura mesmo”, brinca Natalli. “É muito gratificante ver as mães se identificarem com isso e aliviar a rotina delas com um sorriso. O humor se torna autoajuda”.

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