Envio realizado com sucesso!
Obrigada por realizar o seu cadastro =D
Tudo pode começar com brincadeiras na infância, apelidos sobre alguma parte do corpo que ressoam até a vida adulta. Para os jovens, os feeds das redes sociais estão repletos de corpos esculturais que ditam o padrão de beleza dentro e fora das telinhas. É aí que entram os procedimentos estéticos, os quais prometem inserir pessoas comuns neste mundo “perfeito”. Uma ‘gordurinha’ que sai aqui, um preenchimento ali e uma correção acolá – de acordo com a psicoterapeuta Érika Fiorentino, o perigo mora nas pressões sociais, que transformam as mudanças na aparência em uma busca frenética e arriscada.
“Existe uma forte cobrança pessoal para pertencermos, nos adequarmos aos grupos. É o nosso desejo primário de criar vínculos”, explica a especialista. “Se há uma insegurança em relação ao corpo, há também uma insegurança sobre aceitar-se e ser aceito pelo outro”. O problema é ainda mais latente entre os jovens, que buscam novas interações longe da família e desejam ser aceitos nos círculos sociais. Pequenos detalhes do corpo nunca notados podem vir à tona como grandes defeitos a serem corrigidos.
Nem mesmo as pessoas com corpos considerados belos e dentro dos padrões estéticos escapam da demanda por supostas ‘melhorias’. Esse é o caso da influenciadora digital Liliane Amorim, que morreu no último dia 24 vítima de complicações após uma cirurgia de lipoaspiração. Com 26 anos e 112 mil seguidores no Instagram, a influencer se submeteu à cirurgia em 9 de janeiro, em Juazeiro do Norte (CE), e foi internada oito dias depois em estado grave, com um quadro de infecção generalizada. O laudo do IML aponta para a tese de erro médico, já que a morte teria sido causada por perfurações no intestino. Liliane deixou familiares e um filho de seis anos.
A psicoterapeuta ainda ressalta que os perigos da busca pelo ‘corpo perfeito’ não ameaçam somente a integridade física de um indivíduo, mas também sua saúde mental. De acordo com a profissional, o ideal social de beleza não alcançado pode desencadear processos psicológicos destrutivos, como ansiedade, depressão, fobias e, em casos extremos, até mesmo o suicídio. “O desejo de sentir belo e aceito está atrelado a uma relação que machuca, feridas que colocam em um lugar solitário”, afirma.
Para a especialista, a saída é a auto aceitação, colocando-se em primeiro lugar, e o cultivo do amor próprio. Ela também indica a terapia, que pode criar um espaço para se escutar, sentir e se transformar. “É importante se encontrar até mesmo com suas dores, dando a si mesmo a oportunidade de reconhecê-las, aceitá-las e reconfigurá-las”, indica. “Transforme seus medos em força, se presenteie e se ame!”.
por Mariana Requena